quinta-feira, agosto 25, 2011
facebook.
não respondi ao pedido de amizade de uma pessoa que citou no pedido aquela frase do pequeno príncipe que responsabiliza quem é afectado pelo cativo. tenho vergonha de dizer que considero esta passagem do livro uma coisa perversa, sem pudor e sem humor.
sexta-feira, maio 27, 2011
A mentira do romance.
"De todas as mentiras que nos deleitamos nesse mundo viciado em conforto, nenhuma é mais insidiosa do que a mentira do romance. O conceito sedutor, mas infantil, de que em qualquer lugar vive alguem que nos complementa em tudo, alguem que nos faria plenos. É lógico que esta ilusão impede que nos sintamos plenos por nós mesmos. E faz com que desprezemos nossas deficiências, nossas falhas, tudo aquilo que nos confere nossa humanidade. Nossa humanidade, sem a qual, é claro, nada somos".
(Six feet under, "Olhar alheio").
segunda-feira, maio 09, 2011
Caio Fernando Abreu.
Passou-se tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi-se tornando aos poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades além de Ana. Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores e interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto"
em "Sem Ana, Blues".
sábado, abril 30, 2011
A obscena senhora D.
"Revisito, repasseio, passeio novamente em nova visita paisagens e corpo, eu teria amado Franz K. riríamos, leríamos juntos com Max e Milena nossos textos bizarros, e cartas, conferências, segredos em voz alta, eu teria amado Tausk e teríamos nos matado juntos, tiro e forca, dois corpos mutilados, teus olhos, Tausk, teus maxilares, tua alma. Victor, toda tua perdição, nunca haveria respostas, nunca, anotaríamos em roxo nossas irrespondíveis perguntas, tudo uma só pergunta.
assinado: Tausk Hillé."
quinta-feira, abril 28, 2011
Simples-troca.
Sem acusação, e um estando livre do outro por tempo indeterminado.
Permitindo-se ser então a presença procurada e o desejo definitivamente encarnado em matéria corpórea e solúvel.
É a lei da trégua em segundos de loucura.
É a própria lucidez diante do inevitável e secretamente inesperado.
O amor.
Em cólera expressiva.
O amor.
sexta-feira, setembro 03, 2010
recado:.
o sol explodirá dentro de 4,5 mil milhões de anos.
já ultrapassou um pouco a metade da sua vida.
é como um homem de quarenta e poucos anos dotado de uma esperança de vida de oitenta.
com o seu fim, terminarão igualmente as vossas questões insolúveis.
ass.:deus.
já ultrapassou um pouco a metade da sua vida.
é como um homem de quarenta e poucos anos dotado de uma esperança de vida de oitenta.
com o seu fim, terminarão igualmente as vossas questões insolúveis.
ass.:deus.
segunda-feira, agosto 30, 2010
Belchior.
terça-feira, agosto 24, 2010
Estive doente
doente dos olhos, doente da boca, dos nervos até.
Dos olhos que viram mulheres formosas
da boca que disse poemas em brasa
dos nervos manchados de fumo e café.
Estive doente
estou em repouso, não posso escrever.
Eu quero um punhado de estrelas maduras
eu quero a docçura do verbo viver
doente dos olhos, doente da boca, dos nervos até.
Dos olhos que viram mulheres formosas
da boca que disse poemas em brasa
dos nervos manchados de fumo e café.
Estive doente
estou em repouso, não posso escrever.
Eu quero um punhado de estrelas maduras
eu quero a docçura do verbo viver
(De um louco anônimo - transcrito por Caco Barcelos na reportagem Crime e Loucura, Folha da Manhã.)
Uma veste provavelmente azul.
de: Caio Fernando Abreu.
Eu estava ali sem nenhum plano imediato quando vi dois homemzinhos verdes correndo sobre o tapete. Um deles retirou do bolso um minúsculo lenço e passou-o na testa. Pensei então que o lenço era eito de finíssimos fios e que eles deviam ser hábeis tecelões. Ao mesmo tempo lembrei também que necessitava de uma longa veste: uma muito longa veste provavelmente azul. Não foi dificil subjugá-los e obrigá-los a tecerem para mim. Trouxeram suas famílias e levaram milênios nesse trabalho. Catástrofes incríveis: emaranhavam-se nos fios, sufocavam no meio do pano, as agulhas os apunhalavam. Inúmeras gerações se sucederam. Nascendo, tecendo e morrendo. Enquanto isso, minha mão direita pousava ameaçadora sobre suas cabeças.
fragmento IV.
Nesse instante surgiu uma certa crise de consciência. E se o problema realmente fosse o fato de eu ocupar um enorme espaço na relação, bloqueando algumas das suas energias, canalizando-as para acompanhar meus projetos, combater meus adversários e se interessar pelos meus amigos?
(...)
Hoje os termos do sonho se alteraram. Os novos caminhos continuam sendo fascinantes, a viagem prosegue sendo o melhor antídoto contra o tédio e a repetição. É enorme a quantidade de paisagens e eventos inéditos que desfilam diante de nós, isso para não mencionar o principal: as novas pessoas que esperam por trás de cada montanha, no cais de cada porto, nas ruas de cada cidade.
(...)
Hoje os termos do sonho se alteraram. Os novos caminhos continuam sendo fascinantes, a viagem prosegue sendo o melhor antídoto contra o tédio e a repetição. É enorme a quantidade de paisagens e eventos inéditos que desfilam diante de nós, isso para não mencionar o principal: as novas pessoas que esperam por trás de cada montanha, no cais de cada porto, nas ruas de cada cidade.
fragmento III.
Por incrível que isso possa parecer, era difícil intregar-se ao amor quando se imaginava ter todas as respostas para o desenvolvimento do mundo, passagem da pré-história para a história, do reino da necessidade para o da opulência, das condições para a harmonia, de Estado para a ausência de política.
As questões de poder também estavam presentes nas relações amorosas.
(...)
A maneira como se termina uma convivência cotidiana pode ser decisiva para o começo da outra. Às vezes perdemos na separação a energia e o brilho de que necessitamos para encontrar uma nova pessoa.
As questões de poder também estavam presentes nas relações amorosas.
(...)
A maneira como se termina uma convivência cotidiana pode ser decisiva para o começo da outra. Às vezes perdemos na separação a energia e o brilho de que necessitamos para encontrar uma nova pessoa.
segunda-feira, agosto 23, 2010
Os dragões não conhecem o paraíso.
"(...) Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pantanal de antes, cheio de possibilidades – que não aconteciam, mas que importa? – a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada."
(C.F.)
(C.F.)
fragmento II.
Cada milímetro de avanço na liberdade individual fora conquistado no choque com a sólida moral planetária, até que os adversários se renderam cansados e os avanços já não se mediam mais por milímetros, eram passos quilométricos, os adversários deixando inclusive de seer um ponto de referência.
(...)
Quando a sensação do perigo se faz mais forte, foi um corre-corre na economia para a filosofia, da filosofia para a antropologia, uma busca desesperada ao encontro de algo que explicasse melhor o enigma do passado, deslindasse o labirinto do presente e apontasse os contornos de um incerto futuro.
Qual, amigo. Sigo buscando até hoje.
(...)
(...)
Quando a sensação do perigo se faz mais forte, foi um corre-corre na economia para a filosofia, da filosofia para a antropologia, uma busca desesperada ao encontro de algo que explicasse melhor o enigma do passado, deslindasse o labirinto do presente e apontasse os contornos de um incerto futuro.
Qual, amigo. Sigo buscando até hoje.
(...)
fragmento I.
Um de nós poderia estar se afastando perigosamente da teia de afinidades que nos unia. Talvez, no fundo de mim, intuía que meu rumo era mais para o lado da natureza e da cultura brasileira coomo ponto de referência; temia que você caísse para o lado das invenções das grandes metrópoles e de uma visão absolutamente cosmopolita (...)
domingo, agosto 22, 2010
quarta-feira, julho 07, 2010
Segunda-Grata-Surpresa.
Primeira:Um mônoda urbanóide, depois que chega em casa e corre para o computador: tarefa que inicia qualquer tarefa – ele visita um fórum virtual sobre cinema & filmes, e se depara com um filme especial que não esperava.
Segunda: Cá fundinho em mim penso que finalmente encontrei o tema para o mestrado.
*
Terceira?
Este é o 100º post.
:)
Segunda: Cá fundinho em mim penso que finalmente encontrei o tema para o mestrado.
*
Terceira?
Este é o 100º post.
:)
quinta-feira, junho 17, 2010
pós-modernidade.
preciso de um chapeu.
ssa palavra tem acento? nem sem mais.
aliás: na duvida: não acentue. HAHA
dúvida tem acento. *Dú(u)vida*
ssa palavra tem acento? nem sem mais.
aliás: na duvida: não acentue. HAHA
dúvida tem acento. *Dú(u)vida*
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