quinta-feira, dezembro 30, 2004

novo ano.

quanto riso, oh! quanta alegria!
no novo ano que começa. dinheiro. saúde.
paz.
etc.

vamos ver aurora do novo ano.
tudo novo, vida nova.

êta vida besta, meu deus.

feliz ano novo.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

música do explorado

Uma música ingênua após fumar um beck ingenuiníssimo.

Música do Explorado - LM

Oh, perceba
Ninguém presta atenção
em ninguém
ein? 3x

Oh, perceba
Ninguém presta atenção
Em ninguém

não
Estamos fazendo
coisas demais
Mas fazendo cada vez por menos gente

Por nós mesmos

Só nos vemos espelhados
Camuflados e escondidos

Não tão livre

Na frente das vitrines sob os vidros em meio às lojas

Com o nosso poder de compra: compra tudo
Compra a moral;
o bom mocinho;
coração e bons costumes

Compra a vc
mesmo
A maioria do Brasil
Que é explorado

Se reconheça irmão
Vc é explorado

Se reconheça irmão

Vc está dentro
De um modelo comum de brasileiro

Que
e, e, e,

É explorado

lojas
Armarinhos paulistas
nada pra essa gente

como a gente
são espertas demais

querem lucrar
quero lucrar!

e onde está a vida
em meio a tanta magoa?!?!
na vida ow na morte
você vai morrer por que matou também

mas de uma forma que vc nem irá perceber

porque é tristeza demais prum homem bom
fazer tudo sozinho irmão

é durante a lavoura
ou no levantar de sua peneira

mas tenha

É
esperança
perseverança e muita calma

ou pouca calma?
depende
nosso dia
está chegando
mas reconheça irmão a irmã

eu me encarrego
de fazermos
todos os convites

são estas as crianças
é com o sorriso delas
que eu consigo
atrair nova atenção
germinar essa semente
só assim pra ajudar toda essa gente

o grito é de união

mas aos amigos
com carinho
me suportem
que
eu os quero
ow
na vida na morte
além da vida

somente fazendo coisas boas irmão e irmã

sem aleluia

tenha fé irmão
ou amém

irmão vc me acalma
irmã serei sempre agente na tua história
seu amigo
um bom sorriso
um bom amigo
um bom sorriso

na lembrança de cristo que é perseverança humana e paixão

pela vida que só é vida com

não sei como mas amo vc
e quero viver também felizes
gente como a gente que somos
vocês
que vivem e querem viver melhor a vida ow ow

quarta-feira, dezembro 15, 2004

emiliana torrini - if you go away

If you go away on this summer's day,
Then you might as well take the sun away
All the birds that flew
in the summer sky
When our love was new
and our hearts were high
When the day was young
and the nights were long
And the moon stood still
for the night bird's song
If you go away, if you go away, if you go away.

But if you stay,
I'll make you a day
Like no day has been,
or will be again
We'll sail on the sun,
we'll ride on the rain
And talk to the trees
and worship the wind
But if you go,
I'll understand
Leave me just enough love to fill up my hand
If you go away, if you go away, if you go away.

If you go away,
as I know you will
You must tell the world
to stop turning
Till you return again,
if you ever do,
For what good is love
without loving you?
Can I tell you now,
as you turn to go
I'll be dying slowly
till the next hello
If you go away, if you go away, if you go away.

But if you stay,
I'll make you a night
Like no night has been,
or will be again
I'll sail on your smile,
I'll ride on your touch
I'll talk to your eyes
that I love so much
But if you go,
I won't cry
Though the good is gone from the word goodbye
If you go away, if you go away, if you go away.

If you go away,
as I know you must
There is nothing left
in this world to trust
Just an empty room,
full of empty space
Like the empty look
I see on your face
I'd have been the shadow
of your shadow
If you might have kept me
by your side
If you go away, if you go away, if you go away.

*

porque essa música me trava. a grosso modo. =~~~
doce satã. eu preciso ser forte.

domingo, novembro 28, 2004

L.H.

Eu não vou mudar não.
Eu vou ficar são.
Mesmo se for só.
Não vou ceder.
Deus vai dar aval sim.
O mal vai ter fim.
E no final assim calado eu sei.
Que vou ser coroado rei
de mim.

sábado, novembro 27, 2004

II

Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
É a eternidade.
És tu.

(Cecília Meireles)

sábado, novembro 20, 2004

a chuva.

vou recomeçar.
como se fosse uma continuação.
como seu eu houvesse persistido toda a minha vida.

esta manhã nublada não me mete medo.
não mais.
podem dizer a todo mundo que eu aceito.

não é preciso subir nem descer.
basta que eu fique aqui nesse momento.
aqui.
agora.
olhando através das vidraças.
a água que começa a correr.

quinta-feira, novembro 18, 2004

De profundis.

"Deus meu eu vos espero, deus vinde a mim, deus, brotai no meu peito, eu não sou nada e a deesgraça cai sobre minha cabeça e eu só sei usar palavras e as palavras são mentirosas e eu continuo a sofrer, afinal o fio sobre a parede escura, deus vinde a mim e não tenho alegria e minha vida é escura como a noite sem estrelas e deus por que não existes dentro de mim, eu não sou nada, eu sou menos que o pó e eu te espero todos os dias e todas as noites, ajudai-me, eu só tenho uma vida e essa vida escorre pelos meus dedos e encaminha-se para a morte serenamente e eu nada posso fazer e apenas assisto o meu esgotamento em cada minuto que passa, sou só no mundo, quem me quer não me conhece, quem me conhece me teme e eu sou tão pequeno e pobre, não saberei que existi daqui a poucos anos, o que me resta para viver é pouco e o que me resta para viver no entanto continuará intocado e inútil, por que não te apiedas de mim? que não sou nada, dai-me o que preciso, deus, dai-me o que preciso e não sei o que seja, minha desolação é funda como um poço e eu não me engano diante de mim e das pessoas, vinde a mim na desgraça e a desgraça é hoje, a desgraça sempre, beijo teus pés e o pó dos teus pés, quero me dissolver em lágrimas, das profundezas clamos por vós, vinde ao meu auxílio que eu não tenho pecados, das profundezas clamos por vós e nada responde e meu desespero é seco como as areias do deserto e minha perplexidade me sufoca, humilha-me, deus, esse orgulho de viver me amordaça, eu não sou nada, das profundezas clamos por vós, das profundezas clamos por vós das profundezas clamos por vós das profundezas clamos por vós."
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das profundezas a entrega final. o fim...

segunda-feira, novembro 15, 2004

luv.

ainda que eu falasse línguas, dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso. ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transpor montanhas, se não tivesse o amor eu não seria nada. ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada isso me adiantaria. o amor é paciente, prestativo. não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. o amor jamais passará. o amor é a fonte de qualquer comportamento verdadeiramente humano, pois leva a pessoa discenir as situações e a criar gestos oportunos capazes de responder adequadamente aos problemas do dia-a-dia.
palavras.
*
a vida nos engana com sombras. pedimos o prazer e ela nos dá dor, amargura e desilução. aí, nos achamos com um coração de pedra, desejando o ouro pelo qual uma vez tanto ansiamos. neste mundo só existem duas tragédias: uma, é não se obter o que se quer. e a outra é obter.
palavras.

domingo, novembro 14, 2004

C.F.A.

"Andei pensando em Adele H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me amar: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida".
Extremos da Paixão / Pequenas Epifanias
*
e acabou de ser quebrada mais uma das milhares de milhões das promessas vazias que é constante. constante.

sábado, novembro 06, 2004

fragmento II.

"Aos poucos habituou-se ao novo estado, acostumou-se a respirar, a viver. Aos poucos foi envelhecendo dentro de si, abrir os olhos e novamente era uma estátua, não mais plástica, porém definida. Bem longe renascia a inquietação. À noite, entre os lençois, um movimento qualquer ou um pensamento inesperado acordava-a para si mesma. Levemente surpreendida dilatava os olhos, percebia seu corpo mergulhado na confortável felicidade. Não sofria, mas onde estava? - Joana... Joana... - Chamava-se ela docemente. E seu corpo mal respondia devagar, baixinho: Joana. Os dias foram correndo e ela desejava achar-se mais. Chamava-se agora fortemente e não lhe bastava respirar. A felicidade apagava-a, apagava-a... Já queria sentir-se de novo, mesmo com dor. Mas submergia cada vez mais. Amanhã, adiava, amanhã vou-me ver. Um novo dia porém perpassava pela sua superfície, leve como uma tarde de estio, mal franzindo seus nervos. Só não se habituara a dormir. Dormir era cada noite uma aventura, cair da claridade fácil em que vivia para o mesmo mistério, sombrio e fresco, atravessar a escuridão. Morrer e renascer."
(Perto do coração selvagem - C.L.)
*
até quando meu deus? até quando minha vida será um recortar e colar? até quando?
*
eu acho que isto está chegando ao fim. acho não. certeza. foi expelido precocemente.

quinta-feira, novembro 04, 2004

fragmento.

"Muitos anos de sua existência gastou-os à janela, olhando as coisas que passavam e as paradas. Mas na verdade não enxergava tanto quanto ouvia dentro de si a vida. Fascinava-a o seu ruído - como o da respiração de uma criança tenra -, o seu brilho doce - como o de uma planta recém-nascida. Ainda não se cansara de existir e bastava-se tanto que ás vezes, de grande felicidade, sentia a tristeza cobri-la como a sombra de um manto, deixando-a fresca e silenciosa como um entardecer. Ela nada esperava. Ela era em si, o próprio fim.Uma vez dividiu-se, inquietou-se, passou a sair e a procurar-se. Foi a lugares onde se encontravam homens e mulheres. Todos disseram: felizmente despertou, a vida é curta, precisa-se aproveitar, antes ela era apagada, agora é que é gente. Ninguém sabia que ela estava sendo infeliz a ponto de precisar buscar a vida. Foi então que escolheu um homem, amou-o e o amor veio adensar-lhe o sangue e o mistério.
(...)
Juntou todos os seus pedaços e não procurou mais as pessoas. Reencontrou a janela onde se instalava em companhia de si mesma. E agora, mais do que sempre, nunca se vira uma coisa ou uma criatura mais feliz e mais completa. Apesar de muitos a olharem com complacência, achando-a fraca.
(...)
Nada do que lhe diziam importava, assim como os acontecimentos, e tudo deslizava sobre ela e ia perder-se em água outras que não as interiores."
"Perto do Coração Selvagem - C.L."

domingo, outubro 31, 2004

linda canção.

Te extraño mas que nunca y no se que hacer
despierto y de recuerdo mal amanecer
espera otro dia por vivir sin ti
el espejo no miente me veo tan diferente
me haces falta tu

La gente pasa y pasa siempre van y van
el ritmo de la vida me parece mal
era tan diferente cuando estabas tu
si que era diferente cuando estabas tu

No hay nada mas dificil que vivir sin ti
sufriendo en la espera de verte llegar
el frio de mi cuerpo pregunta por ti
y no se donde estas
si no te hubieras ido seria tan feliz

No hay nada mas dificil que vivir sin ti
sufriendo en la espera de verte llegar
el frio de mi cuerpo pregunta por ti
y no se donde estas
si no te hubieras ido seria tan feliz

La gente pasa y pasa siempre van y van
el ritmo de la vida me parece mal
era tan diferente cuando estabas tu
si que era diferente cuando estabas tu

No hay nada mas dificil que vivir sin tisu
friendo en la espera de verte llegar
el frio de mi cuerpo pregunta por ti
y no se donde estas
si no te hubieras ido seria tan feliz

(Marco Antonio Solis)

'diário'.

"...(...meu Deus que é a morte? (...) Que é, meu deus, o para sempre – o eco duro e pomposo dessa expressão ecoada através dos despovoados corredores da alma -, o para sempre que na verdade nada significa, e nem mesmo é um átimo visível no instante em que o supomos, e no entanto é o nosso único bem, porque a única coisa definitiva no parco vocabulário de nossas possibilidades terrenas...)" (Diário - Lúcio Cardoso)

sexta-feira, outubro 29, 2004

entre risos.

whwh
jurava que esses dois últimos posts não haviam funcionado. na hora dava um erro, e eu batia com força na mesinha e era repreendido. hoje eu fico até 16 horas no colégio novamente. teremos cinema de graça - algum filme barato brasileiro. mas é de graça né? capaz que eu perca. nunca. essa semana estou me deliciando com a sylvia, minha mãe tinha razão de adorá-la. eu falo como se ela nunca tivesse razão, sempre ela tem razão.
*
"O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura". (Bíblia)
*
tem que ler de um tudo nessa vida. e eu gosto, podem jogar pedras. eu gosto.

quinta-feira, outubro 28, 2004

ódio.

eu odeio esse blog desgraçado. =queime no inferno, diabo.

colégio.

A lua e o teixo.
(Sylvia Plath)

"Esta é a luz do espírito, fria e planetária. As árvores do espírito são negras. A luz é azul. As ervas descarregam o seu pesar a meus pés como se eu fosse Deus, picando-me os tornozelos e sussurrando a sua humildade. Destiladas e fumegantes neblinas povoam este lugar que uma fila de lápides separa da minha casa. Só não vejo para onde ir.
A lua não é uma saída. É um rosto de pleno direito, branco como o nó dos nossos dedos e terrivelmente perturbado. Arrasta o mar atrás de si como um negro crime; está mudo com os lábios em O devido a um total desespero. Vivo aqui. Por duas vezes, ao domingo, os sinos perturbam o céu: oito línguas enormes confirmando a Ressurreição. Por fim, fazem soar os seus nomes solenemente.
O teixo aponta para o alto. Tem uma forma gótica. Os olhos seguem-no e encontram a lua. A lua é minha mãe. Não é tão doce como Maria. As suas vestes azuis soltam pequenos morcegos e mochos. Como gostaria de acreditar na ternura... O rosto da efígie, suavizado pelas velas, é, em particular, para mim que desvia os olhos ternos.
Caí de muito longe. As nuvens florescem, azuis e místicas sobre o rosto das estrelas. No interior da igreja, os santos serão todos azuis, pairando com os seus pés frágeis sobre os bancos frios, as mãos e os rostos rígidos de santidade. A lua nada disto vê. É calva e selvagem. E a mensagem do teixo é negra: negra e silenciosa."
*
deveria sair melhor estruturado, mas não sei como fazer. toda essa tecnologia ainda é muito nova para mim. estou no colégio esperando o toque da primeira aula da tarde. hoje assistirei duas aulas da tarde, e não tenho dinheiro para lanche nenhum. a fome já se alastra. queria passar o resto do dia na frente desse computador. peguei um livro vagabundo na biblioteca e estou buscando provas passadas para tentar imprimir por aqui mesmo e tentar resolver. claro que eu não consigo, mas a gente finge que sim. fingir resume tudo isso. e hoje não conto com o discman e, ao som, o toque do teclado dos outros. queria ouvir elliott smith (é assim que escreve?) ou gomez. alguma coisa que acalme a alma e prepare para mais algumas horas difíceis.
que cansaço.

necessidade mesmo.

alguém por favor tem algum livro de história antiga para me arrumar? preciso ler 2 mil capítulos e resolver 35 mil questões de primeira fase e 8 mil de segunda etapa. ah, e se possuir também aquele livro chato do Lima Barreto, pode me arrumar também, prometo controlar minha raiva e não fazer um baseado com as folhas.
até parece que a informação procede.
bom dia.

quarta-feira, outubro 27, 2004

lonestar.

lonestar where are you out tonight?
this feeling I'm trying to fight
it's dark and I think that
i would give anything
for you
to shine down on me
how far
you are
i just don't know
the distance
i'm willing to go
i pick up a stone that
i cast to the sky
hoping for some kind of sign
(norah jones)

*

com o indicador
direcione aos céus
e espere
que um raio
venha
e contigo
celebre
o elo sagrado

*

transcender.

terça-feira, outubro 26, 2004

autor desconhecido.

Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia...

domingo, outubro 24, 2004

=~

horrível se sentir tão inútil quanto esta carteira vazia. minha mãezinha está tristíssima e eu estou péssimo pois não posso fazer nada para ela se sentir melhor. nada. preciso de 1200 reais e coragem, muita coragem, para fazer o que eu estou pensando. não faça besteira mãe, eu preciso muito de você, te amo muito, e não sei o que seria de mim sem você. não sei mesmo. =~

sábado, outubro 23, 2004

poema.

OS ADORMECIDOS

Nem um só mapa registra
A rua dos dois adormecidos
Nós perdemos sua pista.
Jazem como se submersos
Em imutável luz azul,
Aberta, a porta de vidros

Com laços de fita amarela.
Por esta fresta penetra
Odores de terra úmida.
A lesma deixa um rastro prata;
Negras sebes cercam a casa.
Então olhamos para trás.

Morte feito pétalas lívidas
Entre folhas de formas tesas
Eles dormem, boca a boca.
Uma névoa branca esvoaça.
Suspiram narinas mínimas,
E eles reviram em seu sono.

Longe daquele leito ameno
Somos um sonho que eles sonham.
Suas pálpebras retêm sombras.
Nada vai lhes acontecer.
Trocamos a pele e nos movemos
Dentro de um outro tempo.
("Poemas", Sylvia Plath. Editora: Iluminuras, Tradução Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendo, cedido gentilmente pela minha mãezinha)

quinta-feira, outubro 21, 2004

solidão.

o privilégio da solidão é a gente poder fazer o que bem nos parece. pode-se até chorar, se ninguém está olhando. tenho alguma coisa em mim, que poderia agora dissolver-se em lágrimas. por que motivo, só Deus sabe.
*
meu primo pequeno já foi embora. tadinho, queria tanto ver os aviões. até tentei levá-lo ao aeroporto, passarmos uma tarde lá, mas quem disse que eu tenho tempo? tadinho. prometi que nas férias nós nos divertiríamos bastante. espero que ele acredite. adorei os desenhos que ele fez para mim. dois coraçõezinhos, um triste, outro alegre, daí atrás tinha: por ter que ir embora, por estar na sua casa, respectivamente. sensacional. =~
*
têm dias que a gente se sente tão máquina quanto o computador.

terça-feira, outubro 19, 2004

uma parte. uma realidade. uma pergunta.

"Nunca o vira de mau humor ou embriagado, apenas triste, às vezes, durante aquela maldita guerra, mas mesmo assim, quando ela chegava, esquecia tudo. Qualquer coisa, qualquer coisa neste mundo, qualquer pequena dificuldade com seu trabalho, tudo o que ocorresse dizer-lhe, ele logo compreendia. Nem com a própria família se dava o mesmo. Mais velho do que ela, e mais inteligente - tão sério que ele era, tentando fazer com que ela lesse Shakespeare antes mesmo que pudesse compreender uma história infantil em inglês, - e com muito mais inteligência, ele a auxiliaria. E ela também poderia auxiliá-lo."
Mrs. Dalloway - Virginia Woolf (Tradução de Mário Quintana)
*
só hoje eu fui ver akira. que coisa sensacional né? deus do céu. claro que tudo aquilo faz sentido. claro. estamos nos mesmos providenciando o nosso extermínio. claro. e não há criança que salve. não há akira quem salve. há um deus que nos salve? o lobo não é o lobo do homem. a metafísica é a loba dos homens. uma pena. nós estamos perdendo o paraíso. o que é SER humano?
*
começo a brandar contra a crueldade humana, e queixar-me de como os homens se despedaçam mutualmente.
por que descobrir verdades e enviar mensagens?

domingo, outubro 17, 2004

aniversário.

então. lá foi o pequeno charlie rumo a sua missão de tentar ser mais sociável. claro que isso é uma meta traçada dia primeiro de janeiro, mas que falhou todo o ano. fiz o que pude, mas não foi possível concretizar. então eu fui para mais uma batalha, pois é difícil cuspir um 'estou bem' quando na realidade o nosso maior desejo é desertar. escapar dessa vida que nos obriga a apenas existir. falo esse 'existir' sem compromisso... apenas, apenas, apenas, apenas. respirar sem estar devendo ao mundo essa pequena liberdade é um sonho para mim. e o aniversário acontecendo e eu estragando a festa dos outros com o meu mau-humor e a cara de cu que eu tanto sei fazer bem. não tenho culpa gente, não tenho. eu sou assim mesmo, fazer o quê? reclamar não adianta. não cederam bebida e não havia cigarro algum para me acompanhar. enfim, não foi agradável. agora são quase 23 horas. acho que não te espero hoje à noite. estou cansado demais. e eu precisava tanto...

doces recordações.

encontrei com um amigo da época da adolescência hoje nessa beleza que é o mundo virtual. ultimamente tenho sido mais um personagem virtual, do que qualquer outra coisa real. o que eu não acho ruim. até minha mãe tem se preocupado com essa minha solidão virtual... enfim. encontrei com meu amigão selton, do tempo do video-game. recordamos tanta coisa... dos campeonatos de street fighter, e de como eu penava para ganhar. de bust a move, e as músicas no máximo, eu com as letras na ponta da língua, dançando e falando merda. lembramos dos dois dias ininterruptos que eu passei na frente da tv jogando final fantasy 8. e confesso que não passei mais horas devido ao cd não querer ajudar. enfim. época de ouro que eu vivi e admito com um super orgulho. interessante como a gente era feliz, e só depois nos damos conta desses pequeninos momentos que proporcionaram grandes emoções.

Dia nublado..

Cheguei aqui mas você também já não estava mais.. :]]

Putz.. hoje estava um clima chuvoso, e eu mó meio depressão, meio de saco cheio com o mundo e encanado com as coisas também.. Percebi quando fico assim.. é só eu achar que as pessoas não gostam de mim.. pois me acho muito estranho, meio diferentão. Mas daí fui prum show de rock, ia tocar a banda de um amigo meu que toca covers de uma banda que gosto muito, os Misfits. .. e caminhando pelas ruas até chegar ao local do show deu pra pensar bastante na vida, nas coisas que quero pra mim, e percebo que o lance é dizer não pra tristeza sempre, por que isso acaba com a pessoa, pois acabamos descontando em nós mesmos e isso não rola, o segredo é ficar bem e curtir a si mesmo por isso. Lá no show tava uma galera e mó descontração.. uma cervejinha, boa música.. os amigos.. e tudo ficou bem novamente.. o esquema é sair um pouco de casa e se socializar com os outros.. parece fácil de dizer mas.. tem q conversar com pessoas que sejam interessantes, que têm coisas a te ensinar seja de qual idade for.. as pessoas todas são maravilhosas.

O poder de uma criança

Hoje estávamos meu pai, minha mãe, minha sobrinha Rafaela (de 7 anos), a amiguinha dela, que se chama Maria Eduarda (de 2 anos), e eu limpando a piscina para que as crianças pudessesm nadar amanhã, no almoço familiar de domingo aqui de casa..

Cada um estava ali, tentando ajudar da melhor maneira que podia: eu, meus pais e minha sobrinha primeiro. De repente, a menininha de dois anos pede para descer junto com a gente na piscina de fibra, pois, segundo ela.. ela só queria ajudar.

Fiquei pensando..

Como aquela menininha com apenas dois anos de vida conseguiu me surpreender, pela forma como se comunicava, sua maneira de se dispor no mundo, já como alguém interessado.. trata-la como criança quando quer fazer coisas de adulto? Mas seu sorriso de criança exalava de si muita vida..

Como ela podeira nos ajudar ali, então?

Talvez ela não devesse nos ajudar, ainda, e sim nós ajudarmos a ela..

Ela mostrou uma pré-disposição em querer ajudar, e eu só poderia reconhecer seu voluntariado e iniciativa e designar à ela uma função cabível para sua idade, que não lhe menosprezasse a sua boa intenção e conduta, mandando-a talvez ir brincar em outros lugares. Lhe dei uma esponja para ajudá-la "a brincar".. algo para entreter ela na verdade.. mesmo sabendo que ela poderia de fato nos ajudar, pois vendo ela escovando ali as laterais da piscina com a esponja, me passaram muitas coisas na cabeça.. questões como o trabalho infantil e o trabalho escravo.. como começa, quem o pratica.. por que ainda existem tais atos para com uma criança..? O aproveitamento de algo tão sincero que poderia ser usado como semente para nossa libertação.. Percebi isso vindo dela, que era mais uma vontade de querer participar, de estar ali junto, naquelas coisas de adulto.

Isto me lembrou de um pequeno garoto, de uns três ou quatro anos, que vi anteontem procurando papelão com os pais no meio do lixo deixado pelas lojas aqui no centro da cidade..

No Brasil.. onde tudo acontece através de um lento processo burocrático.. as crianças brincam de vasculhar lixo com seus pais nas ruas da cidade.

sábado, outubro 16, 2004

Teste

Será q funciona isto?

quinta-feira, outubro 14, 2004

ardência.

só agora eu percebo como eu exagerei na exposição ao sol. é um drama. faltei colégio ontem, estou morrendo de vontade de faltar hoje. é a dor?
atrasei na entrega dos livros e agora vou pagar multa. e só vou entregar segunda-feira o que vai contar mais de cinco reais por esse pequeno deslize.
eu deveria escrever um trecho de um livro, mas estou com preguiça de digitar tudo. vou escrever mais tarde e posteriormente colocarei.
ah, deu certo o convite para entrar aqui, leo?
seria bom saber que posso contar com tua mão também.

terça-feira, outubro 12, 2004

a praia.

estou cansado. muito cansado. a praia me cansou. cansou chegar à praia. barraca alguma. tive que deixar minha mochila na areia mesmo, mal toquei o mar. mas toquei o suficiente para pedir que levasse meu abraço até você. pedi ao vento que guiasse a vontade da ação. queria tanto você lá comigo. Deus e o mar foram testemunhas das minhas preces. desejei com todas as minhas forças a tua presença. mas não.
agora continuo cansado. estou vermelho demais e o ventilador junto ao corpo constantemente. banho. belle and sebastian ao som a tarde inteira.
e eu sigo te esperando de frente a esse monitor. sigo esperando, esperando...

feriado.

claro que vou passar o feriado na praia. tirar essa cor feia que estou - branquíssimo. vou ficar um mulatinho gostoso. passei tanta vergonha no fim-de-semana, porém eu dei boas gargalhadas. yara veio me visitar e fomos encontrar umas pessoas no shopping. revi guilherme, conheci dea - um encanto de menina. lilian, clarissa, anne e outras pessoas. uma louca que fazia tudo que eu pedia, desde deitar no chão para tirar foto, até em cima das mesas. odiei uma menina lá, chata, que queime no fogo do inferno. mandei foto para Deus e o mundo, eu sou metido mesmo. conversei muito com o léo no domingo, ri demais com ele, cantei, falei tanta besteira, coitado. e é tão paciente... estou com saudades da patrícia, do sandro, suzy, lucas. essas pessoas que somem do nada.
hoje eu pretendo angariar os livros do snoopy na banca de jornal, quero pegar tudo de uma vez só. tenho angariado bastante estes últimos dias o que tem provocado o ódio do meu irmão menor. coitado. mal sabe ele que já estou estragado faz tempo. tadinho.
estou relendo mrs.dalloway e me deliciando com a genialidade da virginia woolf. quando me deparo com esse tipo de obra, termino por me certificar, que nunca mais eu hei de escrever.

terça-feira, setembro 28, 2004

deus do céu.

deus do céu, até quando viver assim? hoje eu não queria ir ao colégio. mas não posso fazer isso. faltei dois dias semana passada por doença, meu deus. e pior que estou preso nas teias do cotidiano. o que é pior. mandei carta para a thaís, coitada. ainda insiste que eu mande alguma coisa escrita porque segunda ela 'eu preciso'. coitada. esperei carta do léo, mas ele postou hoje, como eu vou receber hoje? mas mesmo assim eu fiquei esperando. estou lendo 'comédias da vida privada'. é um livro levíssimo, boa descontração. e estou pegando mil músicas do chico no slsk. até me atrevo a sambar às vezes, veja só que absurdo. estou rezando que minha mãe permita que eu faça jornal em alguma universidade paga. meu sonho se for na unifor. e sabe que eu acho que meu irmão anda fumando minha carteira escondido? está acabando rápido demais. eu estou tão viciado assim? ontem eu tremia quando estava copiando umas matérias do quadro, preciso reduzir a quantidade de cafeína no meu sangue. seria sensato se substituísse por algum chá gelado. angariei no mercado um chocolate importado - e diet - de 3,42. uma fortuna porém uma delícia. vou pegar mais da próxima. ficaram de 'boca aberta' aqui em casa mas todo mundo quis provar um pedacinho. bostas. com essa honestidade pra cima de mim? peloamordedeus. estou com saudades da patrícia, do léo, da yara... eu queria essa gente perto de mim sempre. queria mudar para londrina e levar yara comigo. estou em dívidas com deus. com minha mãe. não sei se vou ao interior no fim-de-semana, estou sem ânimo, acho que prefiro ficar em casa. que a cidadania se foda. aliás, que o brasil se foda, eu não me importo. queria ficar mais tempo em frente desse computador. incrível como eu me sinto agradável nessa internet. eu sei que faz um mal danado, mas fazer o que se já estou estragado? =~

o fim era o começo do início.

será que eu consigo mexer direito nesse negócio de tecnologia? faz-me pensar. esse blog não será divulgado, se descobrir: parabéns, tu é esperto! se não: porra, que sorte do diabo! enfim... é mais para um descargo de consciência mesmo. será que eu consigo?