domingo, março 25, 2012

Como rasurar a paisagem

de Ana Cristina Cesar

a fotografia
é um tempo morto
fictício retorno à simetria

secreto desejo do poema
censura impossível
do poeta

domingo, março 11, 2012

O grito.


*

"Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol - o céu ficou de súbito vermelho-sangue - eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta - havia sangue e línguas sobre o azul do escuro do fjord e sobre a cidade - os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade - e senti o grito infinito da Natureza"
(trecho do diário de Edvard Munch que encontrei no wikipedia. Não gosto de citar uma referência da internet, mas para mim é a descrição do quadro, o que presumo a pintura se tratou de uma experiência de angústia pessoal)

terça-feira, março 06, 2012

Estou atrás

por: Ana Cristina Cesar

do despojamento mais inteiro
da simplicidade mais erma
da palavra mais recém-nascida
do inteiro mais despojado
do ermo mais simples
do nascimento a mais da palavra

sábado, março 03, 2012

Ciúmes.

por: Ana Cristina Cesar

Tenho ciúmes deste cigarro que você fuma
Tão distraidamente

abril/68